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A construção europeia requer um esforço de inovação: ela não pode colar-se a nenhum modelo pré-estabelecido, nem reproduzir um modelo anterior.
Dusan Sidjanski

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May 2005

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Um revés [I]

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A União Europeia sofreu um revés.
Devemos, primeiro, congratular-nos com a grande participação dos franceses. Três em cada quatro foram às urnas. Mesmo com muita falácia, sobretudo com a agitação de fantasmas inexistentes, os franceses manifestaram a sua posição. E a lição do referendo é muitíssimo clara: um "não" de um socialista é tão igual e válido na urna ao de um comunista ou de um militante da extrema-direita ou da extrema-esquerda. Por mais diferentes que sejam as posições, e que os partidários do "não" procurem distinguir essas diferenças entre si, elas têm a mesma finalidade.
Outro dos argumentos, sobretudo dos socialistas franceses adeptos do "não", que mais se ouviu esta noite foi: o "não" a este Tratado não é um "não" à Europa. Até posso compreender, mas o resultado concreto é que este "não" foi um "não" ao Tratado e, por consequência, à União Europeia, alargada, que quer enfrentar os desafios do novo século, quer a nível interno quer a nível externo. O "não" significa deixar tudo como está. Deixar arrastar a situação, como se ela estivesse muito famosa.
Tenhamos noção da situação europeia, e até mundial, a actual situação europeia não é a melhor. E, goste-se ou não, vamos continuar, por enquanto, a ter o Tratado de Nice, totalmente desfasado da UE a 25 e em breve a 28 (Bulgária e Roménia, depois Croácia). Ou seja, em linguagem de alfaiate, temos um fato (Tratado de Nice) de criança vestido por um adulto (UE a 25 e depois a 28).
Muitos podem celebrar a vitória. E têm toda a legitimidade para tal, visto que se emprenharam no "não".
Infelizmente, todos, partidários do "sim" e do "não", já estamos a pagar a factura, como se pode comprovar com a queda do Euro nos últimos dias e assim continuará.
Porém, a vontade é soberana e deve ser respeitada acima de tudo.
Os diversos governos europeus, a Comissão Europeu e a presidência da União declararam, esta noite, a vontade de continuar com o processo de ratificação. Assim se cumprirão as diversas consultas, até manifestação em contrário. Contudo, procurar obnubilar ou tentar diminuir o resultado francês é a pior saída para esta vicissitude europeia.
CMC


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